Vestígios de sangue foram encontrados na lancha do suspeito envolvido no desaparecimento de jornalista e indigenista no AM

Amazonas – O homem identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, teve a prisão temporária decretada na última quinta-feira (9).
Durante audiência de custódia, a juíza Jacinta Silva dos Santos, da Comarca de Atalaia do Norte, determinou a detenção de Pelado pelo período de 30 dias para investigações. O processo segue em segredo de Justiça.
Na lancha de Amarildo, o “Pelado”, vestígios de sangue foram encontrados após uma perícia feita pela Polícia Federal (PF).
O suspeito foi preso na terça-feira (7/6), com munições de uso restrito. Testemunhas contam que logo depois que Bruno e Phillips deixaram a comunidade, o barco de Pelado foi visto parado com outras pessoas dentro.
Os homens estão desaparecidos desde o último domingo (5), e as buscas já duram cinco dias.
Relembre o caso
O jornalista britânico Dom Phillips e o servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio) Bruno Araújo Pereira desapareceram após uma visita à Terra Indígena do Vale do Javari que fica localizado no estado do Amazonas. O território tem sofrido com invasões de caçadores, pescadores e madeireiros.
O sumiço da dupla foi divulgado na segunda-feira (6) em uma nota assinada pela principal associação indígena do Vale do Javari (Unijava) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI).
Os dois desapareceram após darem uma pausa em uma comunidade ribeirinha, quando estavam fora da terra indígena e voltavam para a cidade de Atalaia do Norte, a principal da região. A Unijava e o OPI relatam que a equipe recebeu ameaças durante a visita.
Em nota, os órgãos dizem que a dupla viajou em 3 de junho até um posto de vigilância indígena próximo a uma localidade chamada Lago do Jaburu, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.
No dia 5, os dois deveriam voltar para Atalaia do Norte, mas antes fizeram uma parada previamente agendada na comunidade ribeirinha São Rafael para visitar um líder comunitário conhecido como ‘Churrasco’.
Ainda segundo a nota, a dupla chegou na comunidade São Rafael por volta das 6h. Como não encontraram o líder, conversaram com sua esposa e partiram rumo a Atalaia do Norte, onde foram vistos em um barco e desde então estão desaparecidos.